sábado, 24 de setembro de 2011

Em estreia internacional, Dilma marca posição do Brasil e se distancia do estilo de Lula

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Dilma discursa na ONU 
Jason Szenes/EFE


Dilma abriu a Assembleia Geral da ONU com discurso sobre crise e questões importantes para o Brasil










Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff teve papel de destaque no cenário internacional. Foi a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na última quarta-feira (21), em Nova York (EUA), e fez um discurso histórico.


Falou do “século das mulheres”, da crise econômica, cobrou uma vaga permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU e defendeu a criação do Estado palestino. Especialistas ouvidos pelo R7 avaliam que as palavras de Dilma nas Nações Unidas começam a dar um rosto para sua política externa e marcam algumas diferenças em relação aos rumos dados por Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seus discursos ao longo dos seis dias em que esteve em Nova York, a presidente destacou políticas e programas sociais do Brasil. Além disso, à exceção da defesa do Estado palestino, os temas internacionais discutidos por ela têm muita relação com preocupações do momento do país, como é o caso da crise econômica mundial, que ainda pode ter reflexos por aqui.

Creomar Lima Carvalho de Souza, professor de relações internacionais do Ibmec de Brasília, diz que Dilma se posicionou de forma muito firme sobre isso.

- Ela disse que o problema da crise europeia não é falta de dinheiro, é um problema de falta de vontade política. Acredito que ela conseguiu dar um tom que é muito próximo do que ela deseja ter enquanto projeto de política externa.

A presidente cobrou maior participação do Brasil e de outros países emergentes em decisões sobre a crise. Ricardo Ismael, professor de ciência política da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), afirma que a postura é importante, mas dificilmente o país vai conseguir mais espaço nesse campo.

- É difícil para o Brasil, porque quem vai colocar o dinheiro para resgatar os países em crise são os bancos centrais europeus e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Diferenças entre Dilma e Lula
Os especialistas avaliam que, nas suas primeiras ações internacionais, a presidente se voltou para questões mais práticas, diferentemente de Lula, que costumava ter mais ousadia e tratar de um leque amplo de temas. Dilma diminuiu a aproximação com autoridades controversas, como Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, e mesmo Hugo Chávez, presidente da Venezuela.

Para o professor do Ibmec, as relações mais próximas com os Estados Unidos, por exemplo, têm a ver com a falta de resultados práticos daquela política externa de “Brasil potência” - de querer resolver os problemas do mundo - iniciada por Lula e Celso Amorim (ex-ministro das Relações Exteriores e atual ministro da Defesa).

Souza diz que, para Dilma, uma nova posição para o Brasil no cenário internacional só deve vir no longo prazo e como resultado do peso da economia brasileira no mundo. Isso vale para a vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, o mais importante da organização. Esse é um desejo antigo do Brasil, mas, segundo os professores, não deve se realizar em breve.

Fonte: R7
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