Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por
Cidades Justas e Sustentáveis e o Instituto Ethos lançaram hoje (23) a
publicação Metas de Sustentabilidade para os Municípios Brasileiros – Indicadores e Referências.
O documento, que será apresentado a todos os candidatos às prefeituras
do país, pretende oferecer metas nas áreas econômica, social, ambiental,
cultural e de governança. Até agora, 550 candidatos de 328 cidades já
aderiram, além de cinco diretórios nacionais.
A iniciativa faz parte do Programa Cidades Sustentáveis, iniciativa de
uma rede de organizações da sociedade civil que está aproveitando as
eleições municipais de 2012 para colocar a sustentabilidade na agenda
dos partidos políticos e dos candidatos. A rede faz ainda campanha para
sensibilizar os eleitores a escolher a sustentabilidade como critério de
voto.
Na publicação lançada hoje, foram estabelecidos 100 indicadores, em 12
eixos, utilizados para o diagnóstico da sustentabilidade em áreas
urbanas, mostrando metas e sugestões baseadas em exemplos internacionais
que deram certo e que podem ser implementados no país. Ao aceitar
assinar o compromisso, os candidatos se propõem a desenvolver o programa
em suas cidades e a prestar contas do andamento do processo.
Entre as metas estão governança; bens naturais comuns; equidade,
justiça social e cultura de paz; gestão local para a sustentabilidade;
planejamento e desenho urbano; cultura para a sustentabilidade; educação
para sustentabilidade e qualidade de vida; economia local dinâmica,
criativa e sustentável; consumo responsável e opções de estilo de vida;
melhor mobilidade, menos tráfego; ação local para a saúde; do local para
o global.
De acordo com o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew,
o modelo de desenvolvimento sugerido apresenta uma possibilidade de
andar na direção sustentável já que o existente atualmente não é, na
visão da entidade. “A mudança é uma escolha e, para isso, é necessário
mudar a agenda e ir para outra direção. Por isso colocamos aqui as metas
a serem alcançadas. As cidades ocupam espaço fundamental para a direção
do modelo de desenvolvimento sustentável”.
Grajew reforçou que o Programa Cidades Sustentáveis mostra, além das
metas, casos de cidades que conseguiram alcançar esses objetivos no
Brasil e no mundo.
O presidente do Instituto Ethos, Jorge Abraão, disse que o período de
eleições é um momento de grande oportunidade para que os candidatos
entendam a mudança de planejamento. Segundo ele, os avanços só ocorrerão
se todos compreenderem que é preciso integração entre governos,
sociedade e empresas.
“O programa é uma grande oportunidade de criar referências para
isso, com exemplos de ações em vários eixos de governança, ambientais,
sociais e de bem-estar. Temos exemplos de cidades que deram certo e
espero que os prefeitos consigam absorver isso e colocar nos seus
programas. Os governos têm que assumir compromissos e cabe ao cidadão
coparticipar e colaborar”,d isse Abraão.
O secretário nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos do
Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski, explicou que o governo
federal tem procurado agir fortemente no cumprimento a metas, entre as
quais a de, em 20 anos, universalizar o saneamento básico,
abastecimento, drenagem e coleta e destinação de resíduos sólidos. “Isso
coincide muito com as propostas que se discutiram aqui, na linha das
cidades sustentáveis, e passam pelo planejamento”.
Segundo ele, a Secretaria de Acessibilidade está discutindo e revisando
os planos diretores para que tenham participação social na sua
construção e para que sejam cumpridos. “É comum ver, principalmente
municípios menores, fazerem os planos e colocarem na gaveta, sendo
aquilo simplesmente uma peça para afirmarem que têm esse projeto”.
Tiscoski ressaltou que metas como as estabelecidas pelo Programa Cidades
Sustentáveis já fazem parte de ações do governo federal.
Edição: Lana Cristina
Fonte: Agência Brasil
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