Publicado em fevereiro 17, 2011 por HC
Apesar   de estar próximo ao rio São Francisco e de ver suas terras cortadas  por  um dos gigantescos canais da transposição do rio, o assentamento   Jibóia, no município de Cabrobó, continuará sem ter água encanada para   manter o plantio das famílias que sobrevivem no local. 
Essas e outras   contradições envolvendo a transposição do Velho Chico e a construção de   barragens na região serão debatidas durante duas audiências públicas   realizadas pela Relatoria do Direito Humano à Terra, Território e   Alimentação, que irá apresentar a autoridades públicas um relatório de denúncias  sobre esses temas. A primeira audiência será na segunda-feira (21), em   Petrolina e na terça-feira (22) acontecerá em Recife, com a presença do   relator e sociólogo Sérgio Sauer.
A  Relatoria esteve na região  do semi-árido entre os estados de Pernambuco  e da Bahia em outubro do  ano passado, quando coletou depoimentos e  denúncias das comunidades e  se reuniu com os órgãos públicos locais.  Durante a missão, pôde  constatar a existência de comunidades que serão  afetadas pelas obras,  mas que ainda não possuem os títulos de seus  territórios. Diversos  povos indígenas vivem na mesma situação: ao longo  do rio São Francisco,  moram 38 povos, numa população estimada em 70 mil  indígenas, sendo que  muitos não contam com a demarcação de seus  territórios. Assentamentos  rurais também vão ter suas terras alagadas ou  até mesmo já perderam  parte da área com a passagem do canal da  transposição, mas sem contar  com as obras compensatórias.
As  comunidades reclamam também da  falta de informações sobre todo o  processo de transposição e da  construção de barragens ao longo do rio.  Os empreendimentos irão  beneficiar diretamente grandes obras, como a do  Porto de Pecém (CE) e o  setor da fruticultura irrigada, produção esta  voltada para a  exportação. Enquanto isso, as comunidades tradicionais e  assentamentos  sobrevivem resistindo à estiagem, à ausência de políticas  públicas e de  comprometimento do Estado em garantir acesso a direitos  básicos, como  terra, saúde, educação, alimentação, moradia etc.
Além  das  denúncias feitas, o relatório é composto por diversas recomendações  aos  órgãos públicos, visando a superação das violações identificadas.   Entre as recomendações, está o pedido de suspensão das obras da UHE   Riacho Seco até que seja apresentado o plano de re-assentamento e as   indenizações a serem pagas às famílias impactadas. A Relatoria também   solicita que todos os estudos antropológicos das comunidades afetadas   sejam finalizados o quanto antes, tanto pelo INCRA quanto pela FUNAI,   para que as terras sejam tituladas e demarcadas, e que o Ministério da   Integração cumpra os termos de acordo para realização das obras   compensatórias, assinado em 2008.
Leia o relatório:
Sobre o lançamento:
Em Petrolina:
Data: 21/02/2011
Local: Ministério Público Federal, Av. Presidente Tancredo Neves, 101, Centro – Petrolina / PE
Horário: 15h
Em Recife:
Data: 22/02/2011
Local: Assembléia Legislativa de Pernambuco, Rua da União, 439, Boa Vista – Recife / PE
Contato:
Jackeline Florêncio – 081 8743-8364
Secretaria Executiva da Plataforma Dhesca Brasil
Danilo Uler Corregliano: secretaria@dhescbrasil.org.br
Laura Bregenski Schühli (MTB 8405 – PT): comunicacao@dhescbrasil.org.br
Rua Des. Ermelino de Leão, 15, conj. 72 – Centro – CEP: 80410-230 – Curitiba/PR – Brasil
Tel: +55 (41) 3014-4651 – + 55 (41) 3232-4660


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