14/03/2011 23h09 - Atualizado em 14/03/2011 23h14
Há 3.118 pessoas desaparecidas e 1.885 feridas, segundo Polícia Nacional.
País teme vazamento radioativo e encara blecautes e falta de suprimentos.
O número oficial de mortos pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão no dia 11 chegou a 2.414, segundo a Polícia Nacional. Há ainda 3.118 pessoas desaparecidas e 1.885 feridas, de acordo com balanço divulgado na manhã desta terça-feira (15) pelo horário local.
O chefe da polícia de Miyagi, um dos locais mais afetados pelo tsunami, estimou que há mais de 10 mil mortos - o equivalente a quase metade da população local. Cerca de 2.000 corpos foram encontrados nesta segunda-feira (14) na província, mas ainda não foram contabilizados.
Ao menos 1.000 corpos foram encontrados próximos à praia em Ojika, região mais atingidas da península, e outros 1.000 corpos foram encontrados na cidade de Minamisanriku.
Na região, o governo da província não tem conseguido contato com cerca de 10 mil pessoas, quase metade da população local.
O país também continua em alerta para as consequências de duas explosões na usina nuclear de Fukushima, onde barras de combustível nuclear estão expostas, e há risco de vazamento radiativo.
Entenda o terremoto no Japão (Foto: Arte/G1)
Japoneses tentavam sobreviver sem água, energia elétrica, combustível ou comida suficiente. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a dormir em centros de emergência em consequência da onda gigante.
Os desastres naturais também representaram um duro golpe para a terceira economia mundial, que ficou sem energia elétrica suficiente para o funcionamento de suas fábricas. O pânico atingiu a Bolsa de Tóquio, que fechou nesta segunda-feira em queda expressiva de 6,18%, após um movimento de vendas precipitadas de ações.
Para manter a economia, o Banco do Japão (central) injetou nesta terça-feira mais US$ 61 bilhões no mercado. Na segunda, foram injetados outros 15 trilhões de ienes (US$ 181 bilhões), depois de ter transferido no domingo (13) 55 bilhões de ienes a 13 bancos implantados na região afetada.
Socorristas de todo o mundo chegavam ao arquipélago para colaborar com os mais de 100 mil soldados -o dobro da previsão oficial- mobilizados para prestar assistência, em um país que segue abalado pelos tremores secundários e em permanente sobressalto pelos alarmes de novos tsunamis. que acabam não ocorrendo.
Em Ishinomaki, uma cidade de 165 mil habitantes duramente atingida, "há uma corrida contra o tempo para salvar possíveis sobreviventes de uma montanha colossal de escombros", afirmou Patrick Fuller, porta-voz da Cruz Vermelha para a região Ásia-Pacífico.
O temor de um desastre nuclear se uniu à angústia provocada pela devastação. O terremoto, o tsunami e as explosões nas centrais nucleares levaram o país a enfrentar a "crise mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse na véspera o primeiro-ministro, Naoto Kan.
O terremoto, de 8,9 graus e a posterior onda gigante de 10 metros de altura arrasaram na sexta-feira a costa nordeste do arquipélago nipônico.
aérea nesta segunda-feira (14) (Foto: AFP)Fonte de Pesquisa: G1
A ONU anunciou em Genebra que 590 mil pessoas foram retiradas da zona do desastre, incluindo 210.000 que vivem nas proximidades das usinas nucleares de Fukushima.
O governo já advertiu que a catástrofe terá um impacto considerável sobre a economia do país.
O custo para as seguradoras pode chegar a US$ 34,6 bilhões, segundo uma estimativa inicial da AIR Worldwide, empresa especializada na avaliação de riscos.
De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, mais de 3.400 edifícios residenciais desabaram na tragédia.
Pelo menos 5,6 milhões de casa permanecem sem energia elétrica, e a Tepco programou cortes de luz a partir desta segunda-feira até o fim de abril, para evitar a sobrecarga das redes e os apagões. Além disso, um milhão de casas permanecem privadas de água potável.
Nenhum comentário
Postar um comentário