O Plano Brasil sem Miséria, a ser lançado pela presidente Dilma Rousseff na próxima quinta-feira, 2, foi apresentado nesta sexta-feira, 27, a grupos religiosos convidados pela Secretaria Geral da Presidência da Republica e pelo Ministério do Desenvolvimento Social. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi representada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, dom Guilherme Antônio Werlang, e pelo presidente da Caritas Brasileira, dom Luiz Demétrio Valetini, além de assessores e membros de organismos da CNBB.
O ministro da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho, ressaltou a importância das religiões no combate à pobreza e a miséria no país. “A prática religiosa do Brasil é responsável por uma grande prática social no país. O governo sozinho não dá conta [de acabar com a pobreza]”, disse o ministro. “Como cristãos o que mais buscamos é uma sociedade fraterna, sem desigualdades”, acrescentou.
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, apresentou o Plano Brasil sem Miséria cujo objetivo é tirar da extrema pobreza os 16,2 milhões de pessoas apontados pelo Censo 2010. Estão neste grupo aqueles cuja renda familiar per capita é até R$ 70.
Segundo dados do Censo, 59% desse total, isto é, 9,6 milhões, estão no Nordeste. Dos que estão no campo, 25% estão na linha de extrema pobreza. Em relação à idade, 51% dos extremamente pobrest êm até 19 anos. Outro dado que chama a atenção é que 70,8% dos que estão na linha de extrema pobreza são negros e 25,8% analfabetos.
O Plano é construído a partir de três eixos de atuação: garantia de renda, inclusão produtiva e acesso a serviços públicos. “O Plano não é do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Ele é construído com os outros ministérios como o da Saúde, SEPIR, Pesca, Direitos Humanos. Esta é a única forma do Plano chegar na ponta”, explicou a ministra Tereza Campello.
De acordo com a ministra, o Plano não muda a ação que o Estado já vem fazendo no combate à fome como o Bolsa Família, mas prioriza uma população extremamente pobre. “Não estamos mudando a ação do Estado. Estamos dizendo que há uma população extremamente pobre que precisa ser acolhida. É uma ação extraordinária do Estado Brasileiro e contará com o apoio e a solidariedade de universidades, empresas, Igrejas”.
Papel das Igrejas
A ministra apontou, pelo menos, três formas de contar com a participação dos grupos religiosos: a) o apoio na busca ativa dos que se encontram em situação de extrema pobreza com mobilização local e disseminação de informação; disponibilização de informação de cadastro e encaminhamento das pessoas; 2) ajuda no controle social e 3) apoio na ação de sensibilização dos gestores.
Elogiada pelos participantes, a iniciativa do Governo mereceu também observações. “De onde vêm os pobres? De uma injusta desigualdade no país”, disse o presidente da Cáritas, dom Demétrio Valentini. “Por isso, todos precisam se sentir interpelados [pelo Plano]”, acrescentou. Para o bispo, uma reforma tributária justa “pode ajudar a diminuir a desigualdade”.
Já o presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Werlang lembrou a necessidade de acelerar a reforma agrária no país e buscar a harmonia entre desenvolvimento e a vida no planeta terra. Para dom Guilherme é preciso ainda aproveitar melhor os alimentos de cada região e facilitar o acesso a recursos públicos para os que trabalham no combate à pobreza. “Seriamos mais eficientes se tivéssemos mais recursos públicos”, disse o bispo.
O pastor da Igreja Assembleia de Deus, em Madureira (RJ), Abner Ferreira, lembrou que as estruturas das Igrejas podem ser usadas no trabalho de combate à pobreza. “É preciso usar as potencialidades locais já existentes como as construções das Igrejas que ficam ociosas durante a semana. Aprendi que a solidariedade não tem religião”, disse o pastor.
O secretário executivo do Movimento de Educação de Base (MEB), padre Virgílio Uchoa, acentuou a importância do novo Plano do Governo integrar a questão cultural. “É necessário integrar ações educativas libertadoras. As pessoas precisam se sentir protagonistas do processo”, observou.
Além da CNBB, participaram da reunião representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Igreja Metodista; Convenção Batista Nacional; Terreiros - Matriz Afro; Congregação Israelita Paulista; Confederação Israelita Brasileira; Federação Israelita de São Paulo; Ministério Madureira; Igreja Evangélica Assembléia de Deus Pernambuco; Bancada Evangélica; Federação Nacional de Ação Social e Política Cristã (FENASP) e Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil e Exterior (OMEBE).
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, apresentou o Plano Brasil sem Miséria cujo objetivo é tirar da extrema pobreza os 16,2 milhões de pessoas apontados pelo Censo 2010. Estão neste grupo aqueles cuja renda familiar per capita é até R$ 70.
Segundo dados do Censo, 59% desse total, isto é, 9,6 milhões, estão no Nordeste. Dos que estão no campo, 25% estão na linha de extrema pobreza. Em relação à idade, 51% dos extremamente pobrest êm até 19 anos. Outro dado que chama a atenção é que 70,8% dos que estão na linha de extrema pobreza são negros e 25,8% analfabetos.
O Plano é construído a partir de três eixos de atuação: garantia de renda, inclusão produtiva e acesso a serviços públicos. “O Plano não é do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Ele é construído com os outros ministérios como o da Saúde, SEPIR, Pesca, Direitos Humanos. Esta é a única forma do Plano chegar na ponta”, explicou a ministra Tereza Campello.
De acordo com a ministra, o Plano não muda a ação que o Estado já vem fazendo no combate à fome como o Bolsa Família, mas prioriza uma população extremamente pobre. “Não estamos mudando a ação do Estado. Estamos dizendo que há uma população extremamente pobre que precisa ser acolhida. É uma ação extraordinária do Estado Brasileiro e contará com o apoio e a solidariedade de universidades, empresas, Igrejas”.
Papel das Igrejas
A ministra apontou, pelo menos, três formas de contar com a participação dos grupos religiosos: a) o apoio na busca ativa dos que se encontram em situação de extrema pobreza com mobilização local e disseminação de informação; disponibilização de informação de cadastro e encaminhamento das pessoas; 2) ajuda no controle social e 3) apoio na ação de sensibilização dos gestores.
Elogiada pelos participantes, a iniciativa do Governo mereceu também observações. “De onde vêm os pobres? De uma injusta desigualdade no país”, disse o presidente da Cáritas, dom Demétrio Valentini. “Por isso, todos precisam se sentir interpelados [pelo Plano]”, acrescentou. Para o bispo, uma reforma tributária justa “pode ajudar a diminuir a desigualdade”.
Já o presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Werlang lembrou a necessidade de acelerar a reforma agrária no país e buscar a harmonia entre desenvolvimento e a vida no planeta terra. Para dom Guilherme é preciso ainda aproveitar melhor os alimentos de cada região e facilitar o acesso a recursos públicos para os que trabalham no combate à pobreza. “Seriamos mais eficientes se tivéssemos mais recursos públicos”, disse o bispo.
O pastor da Igreja Assembleia de Deus, em Madureira (RJ), Abner Ferreira, lembrou que as estruturas das Igrejas podem ser usadas no trabalho de combate à pobreza. “É preciso usar as potencialidades locais já existentes como as construções das Igrejas que ficam ociosas durante a semana. Aprendi que a solidariedade não tem religião”, disse o pastor.
O secretário executivo do Movimento de Educação de Base (MEB), padre Virgílio Uchoa, acentuou a importância do novo Plano do Governo integrar a questão cultural. “É necessário integrar ações educativas libertadoras. As pessoas precisam se sentir protagonistas do processo”, observou.
Além da CNBB, participaram da reunião representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Igreja Metodista; Convenção Batista Nacional; Terreiros - Matriz Afro; Congregação Israelita Paulista; Confederação Israelita Brasileira; Federação Israelita de São Paulo; Ministério Madureira; Igreja Evangélica Assembléia de Deus Pernambuco; Bancada Evangélica; Federação Nacional de Ação Social e Política Cristã (FENASP) e Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil e Exterior (OMEBE).
Fonte: CNBB
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