A professora do Departamento de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pesquisadora, Sanduza Naves, falou no painel da manhã dessa quinta-feira, 21, no 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), sobre “O Lugar dos Jovens na Construção da Sociabilidade Contemporânea”.
A professora, que ministra Antropologia da Música, fez um levantamento, ao longo dos anos de trabalho, sobre a relação da música com a mensagem que ela quer passar ao ouvinte. “Estudo as mensagens das músicas, as capas dos Longs Plays (LP), dos Compact Disks (CD) e os Digital Versatile Disc (DVDs), dos anos 60 até o tempo atual. Estudo também a criação, utilização e consumo das novas formas de compactação de músicas, como os chamados MP3”, disse.
Sanduza se diz preocupada com a individualização dos seres humanos. “Estou realmente preocupada com a nossa sociedade, que cada vez mais é individualista, que senta num coletivo, coloca os fones de seu tocador de MP3 nos ouvidos e segue a viagem, sem nem saber que se senta ao seu lado. A geração atual é ávida por conhecimento, mas é cada vez mais alienada. A novidade é algo marcante na nossa sociedade. As pessoas não conseguem nem ouvir uma música inteira em seus aparelhos, aflitos por novidades. Onde isso vai parar? Nós ainda não sabemos”, exclamou.
Ainda segundo a pesquisadora, há a reação de alguns grupos que estão se afastando da tecnologia e voltando a consumir produtos menos tecnológicos, como os antigos discos em vinil, ou os LP.
A professora Sanduza Naves falou sobre as novas formas de tecnologia, como a utilização de “nuvens” de armazenamentos de informações, ou seja, “determinados dados, em seus computadores, salvos nas chamadas ‘nuvens’ não ficam armazenados nos Hard’s Disk (HD), em sua casa, mas sim, arquivados em compartimentos online chamados de ‘nuvem’, que podem ser acessados de qualquer computador, celular ou meio que tenha acesso à internet”, explicou Sanduza.
Sanduza Naves fechou sua palestra afirmando que a sociedade atual vive uma democratização da cultura e da informação.
Violência e comunicação
A cientista social, da Universidade Cândido Mendes, Silvia Ramos, falou sobre o tema “Juventude, violência e comunicação”. Ela, que trabalha em projetos sociais nas periferias e favelas do Rio de Janeiro, destacou as mídias sociais, como blogs, twitter e facebook, como os principais meios de comunicação para se conhecer a realidade, local e global.
“Os novos meios de comunicação estão trazendo a voz do povo oprimido para a agenda social. Eu não preciso mais me sentar em frente à televisão às 20:30h para saber o que está acontecendo no Brasil. Eu abro os sites e blogs e vejo o que aconteceu naquele dia em Copacabana, Leblon, Brasília (DF), São Paulo (SP), Estado Unidos, Espanha, ou o Complexo de Favelas do Alemão (RJ). As tecnologias e as redes sociais estão democratizando a informação”, ressaltou Silvia Ramos.
Em sua palestra, a socióloga destacou como “essencial” no jornalismo atual que o que importa não é o furo da informação, mas como apresentá-la ao consumidor.
“O diferencial não é mostrar a violência, o sangue jorrando ou o extermínio, mas como apresentar, de forma humanizada, à informação”, disse Silvia Ramos.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNBB
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