A ONU admitiu nesta terça-feira (16/08) o roubo de comida distribuída em Mogadíscio pelo PMA (Programa Mundial de Alimentação) e afirmou que a quantia desviada ao mercado negro nos últimos meses representa a 1% do total.
Representantes do PMA condenaram em Genebra o desvio da ajuda enviada à capital do país africano, mas garantiram que "a maior parte da assistência humanitária chega às pessoas que passam fome e salvam vidas a cada dia que passa".
Efe
Criança desnutrida aguarda atendimento em hospital de Mogadíscio, capital da Somália
O PMA respondeu respondeu à informação divulgada pela agência de notícias norte-americana AP sobre "milhares de sacos" com alimentos roubados em Mogadíscio. Segundo o PMA são enviados mensalmente 5 mil toneladas de alimentos à Somália. Por estas estimativas, a comida roubada giraria em torno de 50 mil quilos mensais.
Christiane Berthiaume, porta-voz do PMA em Genebra, disse que o assunto segue sob investigação e quando houver conclusões serão tomadas as medidas pertinentes. Ela garantiu, no entanto, que os sistemas de controle do organismo para evitar este tipo de situação demonstraram serem "sólidos e rigorosos", já que era conhecido o desvio de parte da ajuda antes do assunto ser revelado pela imprensa.
Apesar do roubo de comida, Christiane indicou que a ONU não cogitou em nenhum momento reduzir o envio de alimentos. "Ainda não sabemos o que faremos, estamos aguardando o resultado das investigações. Sabemos desde já que não vamos reduzir em hipótese algum o envio de alimentos", declarou.
Galeria de imagens: Crise de fome na Somália se agrava
Frente à cegueira da comunidade internacional, a Somália faminta alerta: 'Precisamos de ajuda'
Brasil doa 53 mil toneladas de alimentos para o Chifre da África
Galeria de imagens: rotina de refugiados somalianos no Quênia
ONG afirma que mais de 16 mil somalianos vivem no meio do nada no Quênia
Christiane expressou "o compromisso do PMA para investigar os supostos incidentes de roubo ou desvio (da ajuda humanitária) e penalizará os responsáveis". A porta-voz do PMA ressaltou que a "Somália é um dos locais mais perigosos do mundo para trabalhar no terreno da ajuda humanitária, mas o mais perigoso de todos", e considerou que "os países doadores são conscientes de que existe este risco".
O PMA atende atualmente 1,5 milhão de pessoas no centro e norte da Somália, e deve chegar a mais 3,7 milhões se conseguir novamente acessar o sul do país, zona controlada pela milícia islamita Al Shabaab.
Fonte: Opera Mundi
Nenhum comentário
Postar um comentário