quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A VIDA DO RELIGIOSO

Por Erivelton Aves de Oliveira Postulante MsS, estudante de filosofia no SMMEB O religioso é aquele que, por amor a Cristo, coloca sua vi... thumbnail 1 summary

Por Erivelton Aves de Oliveira
Postulante MsS, estudante de filosofia no SMMEB
O religioso é aquele que, por amor a Cristo, coloca sua vida a serviço da Igreja e também ao serviço dos seus irmãos. O religioso encontra em Deus a sua segurança e a sua alegria, em tudo o que faz é chamado a glorificar ao Senhor, desde os grandes sacrifícios, até as pequenas coisas como no gesto de dizer bom dia ao outro, ou mesmo oferecer-lhe o que necessita para sua vida.

O religioso mora em comunidade, e nela vive como família, trabalha e dá graças ao Senhor por observar o que o próprio Cristo ensinou: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles” (Mt 18,20).

Colocando-se a serviço do reino de Deus, o religioso professa os votos de castidade, pobreza e obediência. E, às vezes, esses três votos são mal interpretados por pessoas que não os professam ou não conhece essa bela profissão, ou melhor, essa entrega total a Cristo.



A castidade: Eu acredito que, para alguns religiosos, é o mais difícil de ser vivido, isso por causa da concupiscência da carne e por causa da nossa natureza caída tendenciosa ao pecado, porém Nosso Senhor oferece meio para viver. "Todo aquele que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna" (Mt 19,29). O religioso oferece a sua vida inteira a Cristo, e sua castidade como dádiva por todos os sacrifícios que oferecemos diariamente. Para deixar mais claro sobre o voto da castidade cito um trecho do decreto apostólico Perfectae caritatis nº 12, sobre a castidade. A castidade “por amor do reino dos céus” (Mt 19,12), “que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. É necessário, portanto, que o religioso, ao esforçar-se por ser fiel à sua profissão, acredite na palavra do Senhor e, confiados no Seu auxílio, não presuma da própria força e dê-se à mortificação e à guarda dos sentidos”.

A pobreza: Cristo foi pobre, diz no evangelho: as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninho, e o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Mt 8,20). A pobreza na vida religiosa, também é espelhada nas primeiras comunidades, eles tinham tudo em comum (At. 44). O religioso não possui bem particular, tudo é colocado em comum para toda a comunidade, e fica à disposição de todos, com isso nenhum irmão passa por necessidades e nenhum vive ou tem bens melhores que o outro, a pobreza não está em não ter nada, mas ser desprendido até mesmo do que tem. Pelo que toca, porém, à pobreza religiosa, não basta sujeitar-se aos Superiores no uso dos bens, mas é preciso que o religioso seja pobre real e espiritualmente, possuindo o seu tesouro no céu (cfr. Mt 6,20).

A obediência: Cristo se fez obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou. Seguindo o exemplo de Cristo, o religioso é chamado a obedecer. Mas porque a obedecer? Será que é para ser submisso pelo resto da vida? Não é ser submisso, na obediência encontra-se liberdade. Obedecer é colocar-se nas mãos e no coração de Deus, e isso só faz de verdade quem realmente é livre. A obediência aos legítimos superiores é o grande voto que constrói a união e a perfeição da comunidade, e demonstra o grande amor que o religioso de voto professo tem a Deus. Pela profissão da obediência, o religioso oferece a plena oblação da própria vontade como sacrifício de si mesmo a Deus, e por ele se une mais constante e seguramente à vontade divina.

Outro aspecto que vale ressaltar na vida religiosa é o carisma. A palavra carisma vem do grego khárisma, atos graça; favor' e do latim. Charisma, graça divina, dom. É um dom do Espírito Santo para o serviço dos irmãos.

Ao falar desse assunto quero apresentar-lhes um pouco do carisma do Instituto Missionário Servos do Senhor, fundado pelo bispo diocesano de Eunápolis-BA, Dom José Edson Santana de Oliveira, no dia 8 de setembro de 2005.
Papa recebe povo cigano!

O nosso carisma é a acolhida redentora de Jesus Cristo, manifestada em Cristo Servo, aos mais excluídos dos excluídos, os ciganos, em especial. O trabalho para com esse povo é um incentivo de reintegrá-los à sociedade que os menospreza por sua cultura. O evangelho deve ser anunciado a todos os povos, por tanto eles não devem ficar fora desse campo de evangelização.

Seus costumes e sua história têm uma riqueza cultural imensa. Um dos grandes exemplos que devemos espelhar nos ciganos é a maneira com que eles tratam os seus idosos, o respeito ao ancião da tribo é colossal, pois neles encontram sabedoria de vida e respeito aos seus costumes, e enquanto muitas famílias que não são ciganos os idosos são jogados em asilos ou em algum quartinho apertado no fundo das casas. Nós como anunciadores do Reino de Deus devemos não ter preconceito para com esse povo, e sim trazê-lo para o meio, não querendo que eles abandonem sua cultura, mas apresentar-lhes Jesus Cristo, como nosso salvador.

O grande amor que os religiosos têm a Deus se reverte num grande amor ao próximo. Ser religioso é viver como Cristo viveu, e não ter medo de ser outro Cristo no meio dos irmãos. A beleza da vida religiosa deve ser comparada com um jardim, onde a beleza reina, mas também tem grandes espinhos que nos santificam diariamente.
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