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Dos brasileiros com 15  anos ou mais, que ganham até R$ 70 por mês e vivem na zona rural, 30,3%  são analfabetos. Na área urbana, esse índice é de 22%. Entre os  extremamente pobres, 50,5% são mulheres e 70,8% se declararam pretas ou  pardas
  Os brasileiros com renda mensal de até R$ 70, o que corresponde a  16.267.197 pessoas, formam o público prioritário do Programa Brasil sem  Miséria, que será lançado em breve pela presidenta Dilma Rousseff. A  linha da extrema pobreza, anunciada no dia 3 de maio pela ministra do  Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, tem como base  os dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE) e estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O plano, que envolve ações de transferência de renda, acesso a  serviços públicos e inclusão produtiva, abrangerá 8,6% da população  brasileira. Essas pessoas vivem em 7% dos domicílios do País. O limite  anunciado levou em conta o índice usado pela Organização das Nações  Unidas (ONU) para o cumprimento das Metas do Milênio, que é de US$ 1,25  ao dia, a renda necessária para o consumo de alimentos, e a faixa de  extrema pobreza usada pelo Bolsa Família, programa de transferência de  renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
“Esse público será o prioritário, dado seu nível de vulnerabilidade,  de grande fragilidade, que justifica esse olhar especial”, explicou a  ministra, que reafirmou o compromisso com a erradicação de extrema  pobreza até 2014. “O plano é ousado e não envolve uma única ação, mas  iniciativas de diversos setores.” Segundo ela, essa linha deverá ser  reajustada ao longo do período, mas o índice será divulgado junto com o  plano.
Crianças e jovens
Para definir o público, o governo levou em conta, além da renda, aspectos como a infraestrutura das residências, o nível de escolaridade e a idade dos moradores. De acordo com os dados do IBGE, 46,7% dos extremamente pobres moram na zona rural. Dos brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza. Nordeste e Norte são as regiões com os maiores índices da população em situação de miséria: 18,1% e 16,8%, respectivamente. De cada cem brasileiros na extrema pobreza, 75 moram em uma dessas duas regiões.
Dos brasileiros com 15 anos ou mais, que ganham até R$ 70 por mês e  vivem na zona rural, 30,3% são analfabetos. Na área urbana, esse índice é  de 22%. Entre os extremamente pobres, 50,5% são mulheres e 70,8% se  declararam pretas ou pardas. No conjunto da população indígena, 39,9%  estão em situação de miséria. Os dados revelam ainda que quase a metade  do público mais pobre residente na área rural não tem banheiro no  domicílio.
“As informações apontam para a necessidade de políticas sociais  voltadas para a população mais jovem”, destacou o presidente do IBGE,  Eduardo Pereira Nunes, levando em contaque a metade dos brasileiros mais  pobres tem até 19 anos de idade. As crianças de até 14 anos representam  quatro em cada dez pessoas em extrema pobreza no Brasil. A ministra  Tereza Campello disse que, visando atender esse público, o governo  concedeu, no mês passado, um reajuste diferenciado no Bolsa Família para  os benefícios destinados às crianças e aos adolescentes.
Aqui, a ministra Tereza  Campello explica a importância de atender a população que se enquadra  nesse perfil.
Confira aqui os dados da extrema pobreza por estado Leia a nota técnica distribuída durante a coletiva Conheça os dados preliminares do Censo 2010 do IBGE(Fonte: MDS)


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